O pecado e os pecados
Para ter clareza sobre o real significado do que poderíamos chamar “nossa justiça própria frente à verdadeira justiça de Deus”, é supremamente necessário poder distinguir entre o que é o pecado e os pecados. O pecado é uma lei ou poder ou principio que está dentro de nós, em nossa carne, que controla nossos membros e que nos impulsiona a cometer toda sorte de atos pecaminosos (cfr. Romanos 7:23), ou seja, os pecados. O pecado se relaciona com nossa vida natural herdada de Adão (cfr. Ro 5:19), tanto que os pecados estão relacionados com nossa conduta, nossas obras, nossos atos. Os pecados são uma conseqüência do pecado que mora em nós. O pecado gera os pecados. É verdade que a lei do Espírito de vida em Cristo nos livra da escravidão dessa lei do pecado; não obstante, um crente pode seguir servindo a Deus em sua mente, em seu desejo, mas com a carne seguir servindo à lei do pecado (cfr. Ro 7:25); de maneira que um crente pode continuar com a tendência de continuar pecando, e de fato todo crente peca.O que acontece com esses pecados dos crentes depois de serem salvos? Se o crente os confessa e se aparta, lhe são perdoados por Deus pela justiça do Senhor Jesus (1 Jo 1:9); do contrário, esses pecados serão tratados por Deus nesta era da Igreja ou durante o reino milenar, como estamos expondo no presente trabalho. Há de se ter presente que ainda que sejamos santos em Cristo, e temos recebido uma salvação completa pela graça mediante a fé no Senhor Jesus, entretanto, seguimos sendo pecadores. Deus é justo. Uma vez somos salvos pela graça, entramos a ser Seus filhos e colaboradores, e todo o resultado de nosso trabalho será recompensado, mas assim mesmo disciplinados se o resultado é negativo.Não só basta tratar com os pecados em si, como a lascívia, auto-estima, desafeto, infidelidade e muitos outros, tem que se tratar com o pecado maior, o verdadeiro produtor de pecados; de faltas em nossa conduta diária, e que seu tratamento só pode levar a cabo com a cruz e uma íntima comunhão com o Senhor Jesus, e relação de inteira confiança, até que sejamos liberados do pecado, esse principio natural herdado que nos faze pecar.Entre os aspectos do perdão, o primeiro é o perdão para salvação. Ao salvar-nos, Deus nos perdoa eternamente; mas já como filhos de Deus, voltamos a pecar, e isso não significa que perdemos nossa salvação, mas se perdemos nossa comunhão com Deus, de maneira que necessitamos um novo perdão para restaurar a comunhão com Deus. Nossos pecados passados já têm sido perdoados; nossos pecados presentes também podem ser perdoados se os confessarmos, se nos arrependermos, apartando-nos da situação que nos tem envolvido no pecado, fazemos a devida restauração, reparando o dano causado, em fim, arrumando devidamente nossos assuntos, e assim restauramos nossa comunhão com Deus; mas tenhamos em conta que somos filhos de Deus e que, como tais, temos nossas responsabilidades. De maneira que há perdão para salvação e perdão para restaurar a comunhão.Quando os hebreus foram liberados da escravidão do Egito pelo sangue do cordeiro pascal, essa liberação foi irreversível, jamais voltaram à escravidão egípcia, mas depois, já como povo de Deus, deviam estar oferecendo sacrifícios expiatórios por seus pecados. Não somos responsáveis pela salvação que já temos recebido por graça, porque é um presente de Deus; nem tampouco Deus nos pede que preservemos agora essa nossa salvação eterna com base em nossos próprios méritos e nossas boas obras. A salvação é um presente, não um crédito que tenha que pagá-lo depois; a salvação não é como um eletrodoméstico comprado a crédito, que se não pagas às parcelas, eles podem tirá-la de ti. Tudo é gratuito. Em Apocalipse 22:17b, diz: " Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida". Nossas responsabilidades agora não se referem a nossa salvação eterna, senão à salvação de nossa alma com relação ao reino milenar, às coroas, aos prêmios e recompensas, ou a... A disciplina dispensacional.
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