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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

- Para que crucificar a carne?

Muitos crentes são cheios do Espírito Santo quando crêem, e vão experimentando um crescimento normal de sua vida espiritual; vão caminhando com Deus e preocupando-se pelas coisas de Deus. Mas desafortunadamente a maioria dos cristãos não se ocupam muito do que interessa ao Senhor, senão de seus próprios interesses egoístas e carnais (Gálatas 5:19); por isso o Senhor quer que a carne seja crucificada subjetivamente. Na realidade histórica a carne já foi crucificada no Gólgota; o velho homem tem passado por esse processo; de maneira que a criança carnal em Cristo deve ser totalmente liberada desse domínio, para que cresça e possa andar segundo o espírito. Há quem persista nas obras da carne (inimizade, divisões, sectarismos, vícios, paixões e desejos), Deus diz que essa carne foi crucificada; mas há crentes de almas cuja natureza é muito forte, e tem um caráter muito difícil, nos quais o processo é lento e doloroso. A respeito diz o irmão Watchman Nee:" A obra da cruz consiste em suprimir (anular); não nos traz coisas, mas as tira. Em nós há muitos resíduos; há muitas coisas que não são de Deus e não lhe rendem nenhuma glória. Deus quer eliminar todas estas coisas por meio da cruz para que assim cheguemos a ser ouro puro. Há coisas que não provém de Deus; nos temos convertido em uma liga. Por isso Deus tem que utilizar tanto poder para mostrar-nos estas coisas que há em nós que provem do ‘eu’, todas aquelas coisas que não lhe proporcionam nenhuma glória. Cremos que se Deus nos fala, descobriremos que tem que ser eliminadas muito mais coisas que as que nos tem de ser acrescentadas. Especialmente aqueles cristãos cuja alma é de natureza forte, deveriam pensar nisto: que a obra de Deus neles por meio do Espírito Santo, consiste em eliminar coisas deles para reduzi-los". (Watchman Nee. "A Igreja Gloriosa". CLIE. 1987. pág. 163).A carne não pode dar fruto que glorifique a Deus. O cristão deve limpar-se de seus pecados apropriadamente. Diz João 15:2:"Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda".Devemos ter clareza de que não se exige que crucifiquemos de novo nossa carne, pois já foi crucificada na cruz de Cristo. A crucificação da carne tem que ser experimentada, e que essa morte na cruz tenha seu efeito em nós. Essa prática se dá em colaboração com o Espírito Santo. Diz a Palavra de Deus em Colossenses 3:5:
"Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria".
Esse, pois, enlaça o versículo com os anteriores, em que diz que já temos morrido e ressuscitado com Cristo. São duas realidades que vão unidas: Já fomos crucificados com Cristo, e Fazer morrer o terreno em nós. Se crermos que temos sido mortos em Cristo, podemos fazer morrer o terreno em nós. Isto se logra porque o Espírito Santo aplica a morte da cruz a tudo o que tem que morrer. Diz Romanos 8:13:
"Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis".Entretanto, devemos estar sempre vigilantes, pois a carne, não fica inutilizada pela crucificação conjunta em Cristo, ela contudo não fica suprimida; ela segue existindo e, em quanto tiver oportunidade, se põe em ação.A mensagem da cruz não está sendo pregada, pois, com contadas exceções, está se pregando uma caricatura do evangelho. Nós dizemos ver, mas em nossas faculdades naturais não podemos ver; pelo contrário, essas faculdades naturais nos impedem de ver a realidade. Se Deus nos ilumina um pouco, então constatamos nossa cegueira. Afirmar que vemos, como no caso da igreja do período de Laodicéia, é um orgulho farisaico. Quanto mais nos gloriamos e envaidecemos dizendo que vemos, mais cegos somos; e quando já vemos manifestada em verdade nossa cegueira, então é quando vamos começar a ver. Paulo só pode ver as coisas de Deus quando ficou cego fisicamente. É necessário restaurar a mensagem da cruz, e vivê-la. Quando não se vive a mensagem da cruz, vivemos para nós mesmos, não para o Senhor. A cruz é para por nela todos os dias, o que somos e o que temos, o velho, o inútil.Dizem os apologistas da prosperidade no cristão, que o Senhor quer ver-nos envoltos em uma vida regalada e aprazível, sem problemas, sem fome, sem preocupações, sem perseguições, tudo bem; mas Mateus 10:34-39 diz o contrário:" 34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra.36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa.37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á".
O Senhor não traz paz a uma terra em que Satanás ainda é seu príncipe; por isso os vencedores estão em guerra contra Satanás, e este os ataca usando inclusive aos mesmos familiares de sua própria casa.O Senhor tem que ser amado acima de todas as coisas. Essa espada que se menciona no versículo 34, é a vida cheia de tribulações e dores do sofrido e verdadeiro vencedor, o que caminha todo ferido pelo caminho estreito traçado por Cristo. O versículo 35 explica o 34. De acordo ao verso 38, se trata de uma cruz; e tu estás em liberdade para levá-la ou não. A cruz é opcional, mas absolutamente necessária para o que quer caminhar com Cristo. O fato de seguir ao Senhor e obedecer-lhe te cria dificuldades, e tu podes voluntariamente escolher sofrê-las ou não. Como a de Cristo, toda cruz dos filhos de Deus é determinada e decidida pelo Pai, e nós escolhemos levá-la ou não. Disso depende nossa participação no reino. Diz 1 Pedro 4:1,2:
"Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado,2 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus".
Não é que Deus quer que vivamos sofrendo, mas se devemos armar-nos com uma disposição ao padecimento, devido a que estamos imersos em uma batalha espiritual que também tem suas repercussões e manifestações em nossa vida natural. Crente que recusa o sofrimento, não pode ser edificado. Deus pode salvar nossa mente, de tal maneira que haja em nós a disposição a sofrer como também Cristo padeceu. É natural que nossa tendência seja a de fugir de todo sofrimento e a toda hora pedir ao Senhor que, por favor, nos livre de todas as dificuldades e amarguras, pois não suportamos as provas. Mas esta não foi a atitude do Senhor em Getsêmani. Desde que nasceu, o Senhor Jesus teve a disposição para sofrer. Ele sabia que havia nascido para isso enquanto permaneceria no corpo mortal. Por tanto, desde o dia em que nascemos no Espírito, e somos filhos de Deus, deve ser nossa tarefa entregar-nos para o sofrimento. Essa é a verdadeira posição de um vencedor. Se escapares como um covarde do sofrimento, estás desarmado e te vem a derrota. Irmão, enfrenta o sofrimento. Quando a Palavra de Deus nos diz que não sejamos carnais, luxuriosos, covardes, infiéis, ou o que seja que dependa da nossa velha vida natural, é porque Ele nos pode salvar de qualquer dessas demandas e pensamentos dos desejos carnais.A Palavra de Deus diz que são bem-aventurados os que padecem perseguição por causa da justiça, os que estão dispostos a sofrer pela verdade, pela justiça, pela causa do Senhor e de Seu evangelho da salvação; suas feridas e cicatrizes são as chaves de entrada no reino dos céus. O sofrimento do crente é mais meritório que o dos anjos quando eles participam em lutas contra o inimigo. Por que é mais meritório? Porque os anjos conhecem a glória do Senhor e o que o céu representa; ao passo que o crente é estorvado por sua própria carne, por Satanás e por um mundo atraente, e apenas vê as coisas como por um espelho; apenas vislumbra algo do que lhe espera, movido pela fé e a esperança, baseado nas promessas do Senhor, na revelação das Escrituras e no pouco conhecimento que agora tem de Deus e das coisas que Ele nos tem preparado. Sofrer pelo Senhor é uma honra que não é dado a todos os crentes.

Um comentário:

  1. "Sofrer pelo nome do Senhor é uma honra que não é dada a todos os crentes" Que verdade!
    Qão distante a pregação de hoje está desta verdade. Pai! Tenha misericordia de nós. Que isto que ouvimos seja uma realidade em minha vida e na de muitos para Sua inteira glória. Mas somente se TU for conosco. SÊ conosco, nosso Deus e Pai.

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